O perigo do “gênero” na educação
Plano Nacional de Educação deseja incluir a ideologia de gênero
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
A
ideologia de “gênero” prega, em matéria sexual, a “liberdade” e a
“igualdade”. A “liberdade”, porém, é entendida como o direito de
praticar os atos mais abomináveis. E a “igualdade” é vista como a
massificação do ser humano, de modo a nivelar todas as diferenças
naturais que existem entre o homem e a mulher.
A
origem da ideologia de gênero é marxista. Para Marx, o motor da
história é a luta de classes. E a primeira luta ocorre no seio da
família. Em seu livro A origem da família, da propriedade privada e do Estado (1884), Engels escreveu:
Em
um velho manuscrito não publicado, escrito por Marx e por mim em 1846,
encontro as palavras: ‘A primeira divisão de trabalho é aquela entre
homem e mulher para a propagação dos filhos’. E hoje posso acrescentar: A
primeira oposição de classe que aparece na história coincide com o
desenvolvimento do antagonismo entre homem e mulher unidos em matrimônio
monogâmico, e a primeira opressão de classe coincide com a do sexo
feminino pelo sexo masculino.
Dentro da família, há uma segunda opressão – a dos filhos pelos pais – que Marx e Engels, no Manifesto Comunista (1848),
pretendem abolir: “Censurai-nos por querer abolir a exploração das
crianças por seus próprios pais? Confessamos esse crime”.
Fiel
à sua raiz marxista, a ideologia de gênero pretende que, em educação,
os pais não tenham nenhum controle sobre os filhos. Nas escolas, as
crianças aprenderão que não há uma identidade masculina nem uma
feminina, que homem e mulher não são complementares, que não há uma
vocação própria para cada um dos sexos e, finalmente, que tudo é
permitido em termos de prática sexual.
Note-se
que a doutrina marxista não se contenta com melhorias para a classe
proletária. Ela considera injusta a simples existência de classes. Após a
revolução proletária não haverá mais o “proletário” nem o “burguês”. A
felicidade virá em uma sociedade sem classes – o comunismo – onde tudo
será de todos.
De modo análogo, a feminista radical Shulamith Firestone (1945-2012), em seu livro A dialética do sexo (1970),
não se contenta em acabar com os privilégios dos homens em relação às
mulheres, mas com a própria distinção entre os sexos. O fato de haver
“homens” e “mulheres” é, por si só, inadmissível.
Como
a meta da revolução socialista foi não somente a eliminação
do privilégio da classe econômica, mas a eliminação da própria classe
econômica, assim a meta da revolução feminista deve ser não apenas a
eliminação do privilégiomasculino, mas a eliminação da própria distinção
de sexo; as diferenças genitais entre seres humanos não importariam
mais culturalmente.
Se
os sexos estão destinados a desaparecer, deverão desaparecer também
todas as proibições sexuais, como a do incesto e a da pedofilia. Diz
Firestone:
O
tabu do incesto é necessário agora apenas para preservar a família;
então, se nós acabarmos com a família, na verdade acabaremos com as
repressões que moldam a sexualidade em formas específicas.
Os
tabus do sexo entre adulto/criança e do sexo homossexual
desapareceriam, assim como as amizades não sexuais [...] Todos os
relacionamentos estreitos incluiriam o físico.
Por
motivos estratégicos, por enquanto os ideólogos de gênero não falam em
defender o incesto e a pedofilia, que Firestone defende com tanta
crueza. Concentram-se em exaltar o homossexualismo.
Ora,
não é preciso uma inteligência extraordinária para perceber que os atos
de homossexualismo são antinaturais. Nas diversas espécies, o sexo se
caracteriza por três notas: a dualidade, acomplementaridade e a fecundidade.
Dualidade: há
animais assexuados, como a ameba, que não têm sexo. Os animais
sexuados, porém, têm necessariamente dois sexos. Não há uma espécie em
que esteja presente apenas o sexo masculino ou apenas o feminino.
Complementaridade: os
dois sexos são complementares entre si. E isso não se refere apenas aos
órgãos de acasalamento e às células germinativas (gametas) de cada
sexo. A fisiologia e a psicologia masculinas encontram na fisiologia e
psicologia femininas seu complemento natural e vice-versa.
Fecundidade: a união de dois indivíduos de sexo oposto é apta a produzir um novo indivíduo da mesma espécie.
Percebe-se
que nada disso está presente na conjunção carnal entre dois homens ou
entre duas mulheres. Falta a dualidade, a complementaridade e a
fecundidade próprias do verdadeiro ato sexual. Os atos de
homossexualismo são uma grosseiríssima caricatura da união conjugal, tal
como foi querida por Deus e inscrita na natureza.
A
ideologia de gênero pretende, porém, obrigar as crianças a aceitar com
naturalidade aquilo que é antinatural. Tal ideologia distingue o sexo,
que é um dado biológico, do gênero, que é uma mera construção social. Gêneros, segundo essa doutrina, são papéis atribuídos pela sociedade a cada sexo. Se as meninas brincam de boneca, não é porque tenham vocação natural à maternidade, mas por simples convenção social.
Embora só as mulheres possam ficar grávidas e amamentar as crianças e
embora o choro do recém-nascido estimule a produção do leite materno, a
ideologia de gênero insiste em dizer que a função de cuidar de bebês
foi arbitrariamente atribuída às mulheres. E mais: se as
mulheres só se casam com homens e os homens só se casam com mulheres,
isso não se deve a uma lei da natureza, mas a uma imposição da sociedade
(a “heteronormatividade”). O papel (gênero) de mãe e esposa que a sociedade impôs à mulher pode ser “desconstruído” quando ela decide, por exemplo, fazer um aborto ou “casar-se” com outra mulher.
Em 2010, o Ministério da Saúde publicou a cartilha Diversidades sexuais com
o objetivo único de inculcar nos adolescentes e jovens a ideologia de
gênero. A eles é ensinado que o homossexualismo é não uma desorientação,
mas uma “orientação sexual”. E mais: que tal “orientação” é natural e espontânea, e não depende da escolha da pessoa!
Hoje
já se sabe que ser gay ou lésbica não é uma opção, porque não implica
uma escolha. O (a) homossexual não opta por ser homossexual, assim como o
(a) heterossexual não escolhe ser heterossexual, o mesmo acontecendo
com os (as) bissexuais. É uma característica natural e espontânea.
Essa
afirmação, apresentada como certeza (“hoje já se sabe...”) é duramente
atacada pelo psicólogo holandês Gerard Aardweg, especialista em
comportamento homossexual:
O
infantilismo do complexo homossexual tem geralmente sua origem na
adolescência, e em grau menor na primeira infância. [...]. Não é, porém,
durante a primeira infância que o destino do homossexual é selado, como
muitas vezes defendem os homossexuais emancipistas, entre outros. Essa
teoria ajuda a justificar uma doutrinação das crianças na educação
sexual tal como: ‘Alguns de vocês são assim e devem viver de acordo com
sua natureza’.
Ora,
não há uma “natureza homossexual”, pois o homossexualismo é, em sua
essência, um vício contra a natureza. Isso, porém, os ideólogos de
gênero proíbem que se diga. Para eles, somente os preconceituosos se
opõem às práticas homossexuais. Tal “preconceito”, que eles desejam que
se torne um crime a ser punido, recebe o nome pejorativo de “homofobia”.
O
Projeto de Lei 8035/2010, que aprova o Plano Nacional de Educação (PNE)
para o decênio 2011-2020, trazia termos próprios da ideologia de
gênero: “igualdade de gênero e de orientação sexual”, “preconceito e
discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero”. O Senado
Federal, porém, em dezembro de 2013, aprovou um substitutivo (PLC
103/2012) que eliminou toda essa linguagem ideológica e ainda
acrescentou como diretriz do Plano a “formação para o trabalho e a
cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade”
(art. 2º, V). De volta à Câmara, o projeto agora enfrenta a fúria dos
deputados do PT e seus aliados, que pretendem retirar os “valores éticos
e morais” e reintroduzir o “gênero” no PNE, a fim de dar uma base legal
à ideologia que o governo já vem ensinando nas escolas.
Nem
todos compreendem a importância e a extensão do problema. A vitória da
ideologia de gênero significaria a permissão de toda perversão sexual
(incluindo o incesto e a pedofilia), a incriminação de qualquer oposição
ao homossexualismo (crime de “homofobia”), a perda do controle dos pais
sobre a educação dos filhos, a extinção da família e a transformação da
sociedade em uma massa informe, apta a ser dominada por regimes
totalitários.
É a própria família brasileira que está em jogo.
QUE PODEMOS FAZER?
1) LIGUE GRATUITAMENTE PARA O DISQUE CÂMARA 0800 619 619. Tecle "9"
Desejaria
enviar uma mensagem para todos os deputados membros da Comissão
Especial destinada a votar o Plano Nacional de Educação (Projeto de Lei
8035/2010):
Solicito
a Vossa Excelência que mantenha longe do Plano Nacional de Educação as
expressões "gênero", "igualdade de gênero" e "orientação sexual". Tal
linguagem não é inócua, mas é própria da ideologia de gênero, que tem
por fim destruir a família e massificar o ser humano, nivelando as
diferenças naturais entre o homem e a mulher. As crianças e os pais
agradecem.
2) ASSINE A PETIÇÃO CONTRA A IDEOLOGIA DE GÊNERO
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