Elitismo da Teologia da Missão Integral
Dr. Fabio Blanco
Muitas
vezes, o discurso de um grupo pode ser caracterizado, exatamente, pelo
contrário de suas próprias atitudes. Enquanto berra aos quatro cantos
que faz, acredita e defende algo, na prática age de maneira a negar,
peremptoriamente, aquilo mesmo que apresentou como sendo sua bandeira.
Isso é o que ocorre com a chamada Teologia da Missão Integral. Ela, que
surgiu de um movimento que dizia ter como seus protegidos os excluídos,
que lutava pela justiça social e que tinha uma preferência pelos pobres,
não passa de uma ideologia, e como toda ideologia, mais fala do que
faz.
Basta
ver como os líderes da TMI ficam incomodados com a forma de atuar das
igrejas pentecostais, estas, em sua grande maioria, inseridas nos
bairros mais pobres das grandes cidades. Eles se incomodam com a
ignorância teológica, com a falta de ordem, com as manifestações
esteticamente feias, com a espiritualidade desvairada e com a total
ausência de qualquer ideologia das “portinhas” que se abrem aos montes e
que se autodenominam igrejas, ministérios, comunidades. Na verdade, os
missionários da Missão Integral não suportam a pobreza da igreja
brasileira, seu chão sujo e sua gritaria sem modos.
Se
o pessoal da TMI diz amar os pobres, deveria começar amando os pobres
domésticos da fé. Mas não! São capazes de fazer juras de amor a
criminosos, a invasores de terras, a gayzistas declarados, mas não
conseguem demonstrar um mínimo de misericórdia pela igreja pobre que,
bem ou mal, vai se virando em meio à população mais carente. Só porque
estas igrejas não têm ouvidos para seu discurso, pois sequer o entende
e, com isso, acabam sendo mais conservadoras do que eles suportariam que
fossem, não apenas as desprezam, mas criticam-nas impiedosamente. O que
parece é que no mundo da ideologia evangélica esquerdista há pobres que
são mais merecedores de compaixão do que outros.
Mas
isso não acontece por acaso. Não se deve ignorar que todos os apóstolos
da Missão Integral são burgueses. Nenhum desses pensadores veio do meio
do povão. Nenhum deles é pobre, nenhum excluído. São todos homens
abastados, com boa instrução e bons rendimentos, que escrevem de seus
gabinetes climatizados, a partir de suas igrejas confortáveis. Por isso,
o público que eles atingem é semelhante a eles: uma classe média
evangélica, cansada da feiura da igreja brasileira. As pregações da TMI
encontram receptividade em uma multidão de evangélicos que querem fugir
do sufocamento promovido por uma igreja espiritual demais, preocupada
demais com a santidade. O que eles querem é viver uma religiosidade
light, sem sujar demais as mãos, principalmente com endemoninhados
babões vomitando em cima deles.
Há
até algumas obras assistenciais desses grupos, pois o discurso ficaria
completamente no vazio se não as tivesse. Porém, observem como são quase
todas obras oficiais, como de ONG’s, sustentadas, muitas vezes, com
dinheiro público, com parcerias com o Estado e que existem mais para
propaganda, mais para serem vistas pelos de fora. Os assistidos por eles
são, invariavelmente, pobres distantes, que podem ser atendidos hoje,
mas que permitem que o assistente volte para casa para limpar suas mãos
em álcool gel. Quem fica com o trabalho sujo são os pastores de bairro,
em sua grande maioria de igrejas pentecostais e neo-pentecostais, com
sua teologia torta, com seu português errado e com suas loucuras
espirituais, mas que estão libertando as pessoas das drogas, retirando
jovens da vida criminosa, dando algum alento e esperança para o
cotidiano selvagem da vida pobre nos rincões brasileiros.
Ninguém
fez mais para a salvação de pessoas condenadas ao inferno da vida
miserável do que as pequenas igrejas de bairro, onde não há espaço para
ideologia, onde Karl Marx deve ser, no máximo, o nome de algum jogador
gringo de futebol. Por isso, quando um representante da Teologia da
Missão Integral escreve, direto de seu laptop de última geração, alguma
coisa relativa a defesa dos pobres, isso me soa como absurdamente
cínico.
Na
verdade, a Teologia da Missão Integral é elitista. Seu cessacionismo,
sua aversão às manifestações pentecostais e sua retórica empolada apenas
colocam-na cada vez mais longe de onde estão aqueles que ela mesmo diz
defender. Seus líderes dizem amar os pobres, mas jamais os vi dividindo
seus bens com nenhum deles.
Mais um irmão leviano que fala sem conhecimento de causa! Vá conhecer a biografia e prática cristã dos líderes da Missão Integral antes de repetir discurso de Malafaias, Felicianos, etc. que são ideólogos da Teologia da Prosperidade que enriquece alguns líderes muito mal intencionados! Que acumulam riquezas onde a traça e a ferrugem corroem ao contrário do que ensinou Cristo! Graça e Paz irmão! Seja honesto e arrependa-se!
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