Quanto Jesus sofreu? Relatório médico de morte por crucificação
Mark Driscoll
Quando
se reconstitui os aspectos médicos da crucificação de Jesus, o
resultado é um quadro brutal e vívido do que Jesus sofreu para salvar as
pessoas do pecado.
Em 1986, a Revista da Associação Médica Americana
publicou uma série de artigos que examinava a prática da tortura. O
primeiro artigo foi intitulado “Sobre a Morte Física de Jesus Cristo,”
escrito pelo Dr. William D. Edwards, Dr. Wesley J. Gabel e Dr. Floyd E.
Hosmer.
“O
artigo foi um relatório do evento possivelmente mais influente de
tortura da história com análise fisiologicamente confiável que mostrava a
dor horrível de um comum castigo romano da antiguidade,” o editor
George Lundberg mais tarde escreveu em defesa do conteúdo polêmico.
Inspirando-se
no relato que a Bíblia faz da crucificação, a evidência arqueológica e
documentos históricos, combinados com o estudo moderno, o artigo tinha
como meta “reconstituir os prováveis aspectos médicos dessa forma de
execução lenta” (1460). O resultado foi uma explicação brutal e vívida
do que Jesus sofreu para salvar as pessoas do pecado.
Morte excruciante
Isso é o que fizemos com o Deus do universo, conforme o artigo descreve:
*
“Embora os romanos não tivessem inventado a crucificação, eles a
aperfeiçoaram como forma de tortura e pena capital que tinha o objetivo
produzir uma morte lenta com máxima dor e sofrimento” (1458).
*
“Para os açoites, o homem era despido de suas roupas, e suas mãos eram
amarradas a uma coluna erguida. As costas, as nádegas e as pernas eram
açoitadas por dois soldados (lictores) ou por um que alternava posições.
A gravidade dos açoites dependia da disposição dos lictores e tinha o
objetivo de enfraquecer a vítima a um estado à beira do colapso ou
morte” (1457).
*
“À media que os açoites continuavam, as lacerações dilacerariam até
alcançar os músculos esqueléticos subjacentes e produziriam tiras
tremulantes de carne ensanguentada” (1457).
* “Quando os soldados rasgaram as vestes das costas de Jesus, provavelmente eles reabriram as feridas de açoites” (1458).
*
“O prego fincado esmagaria ou deceparia o nervo mediano senso-motor um
tanto grande. O nervo estimulado produziria ‘relampejos’ excruciantes de
dor ardente em ambos os braços” (1460).
*
“Exalação adequada exigia levantar o corpo flexionando os pés e os
cotovelos e aduzindo os ombros. Contudo, essa manobra colocaria o peso
inteiro do corpo nos calcanhares e produziria dor intensa. Além disso, a
flexão dos cotovelos faria a rotação dos pulsos em volta dos pregos de
ferro e causaria dor ardente ao longo dos nervos medianos danificados”
(1461).
*
“Já que expressões verbais ocorrem durante a exalação, essas expressões
curtas [as palavras de Jesus na cruz] devem ter sido particularmente
difíceis e dolorosas” (1462).
Em resumo, “A morte por crucificação era, em todo sentido da palavra, excruciante (em latim, excruciatus,
ou ‘da cruz’)” (1461). Mas a morte violenta, dolorosa, sacrificial,
corajosa e humilde de Jesus não é o único ato mais horrendo do homem
pecador que o mundo já conheceu — é também o maior ato de amor
demonstrado por nosso Deus bom e justo.
Não uma vítima impotente
É
tentador olhar para o Jesus crucificado com piedade condescendente e
sentir pena de Seu sofrimento brutal. Contudo, por respeito à dignidade
de Jesus, precisamos resistir a essa tentação, pois Jesus não morreu
como mais uma vítima impotente. Em vez disso, com a cruz no horizonte de
Sua vida, Jesus disse que ninguém tiraria Sua vida dEle em derrota.
Pelo contrário, Ele disse que Ele a daria e tomaria de novo em vitória
(John 10:18).
Uma
testemunha desses acontecimentos assombrosos foi um jovem chamado João,
que nos ajuda a compreender a morte de Jesus como um ato de amor:
“Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que
ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados”
(1 João 4:10 NVI).
Feliz Páscoa.
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