segunda-feira, 7 de abril de 2014

Eu estive no vale de ossos secos e voltei com muita esperança!

Eu estive no quarto onde a viúva de Sarepta hospedava Elias. De repente, vi o profeta subir as escadas e entrar no aposento carregando nos braços um menino que não respirava mais. Elias colocou a criança na cama e deitou-se sobre ela três vezes, clamando: “Ó Senhor, meu Deus, faze voltar a vida a este menino!”. E ele viveu (1Rs 17.17-24).
Eu estava no quarto daquela mulher rica de Suném, onde Eliseu se hospedava. Na cama do profeta estava estendido o corpo de um menino de pouca idade que tinha acabado de morrer. De repente, vi Eliseu entrar no quarto, fechar a porta, orar ao Senhor e deitar-se sobre a criança, boca a boca, olhos com olhos, mãos com mãos. Enquanto isso, o corpo do morto ia se aquecendo. Então, Eliseu levantou-se, andou de um lado para o outro do quarto, voltou e deitou-se de novo sobre o garoto. Em seguida, o menino espirrou sete vezes, abriu os olhos e voltou a viver (2Rs 4.32-37).
Eu estava no quarto da casa de Jairo e vi sua filha de apenas 12 anos morta e estendida na cama. Ao redor dela estavam o pai, a mãe, Pedro, Tiago, João e Jesus. De repente, o Senhor pegou-a pela mão e gritou para ela: “Menina, levante-se”. Em seguida, ela tornou a viver e levantou-se imediatamente (Lc 8.51-56).
Eu estava junto ao portão da entrada da cidade de Naim e vi Jesus parar o enterro que saía da cidade em direção ao cemitério. O morto era um rapaz, filho único de uma viúva, que chorava muito. Jesus chegou bem perto, tocou no caixão e disse ao morto: “Moço, eu ordeno a você: levante-se!”. O jovem assentou-se no caixão e começou a falar. Então, todo mundo voltou para casa (Lc 7.11-17).
Eu estava no cemitério diante do túmulo de um homem chamado Lázaro, irmão de Maria e Marta, morto há quatro dias. O corpo, já em estado de putrefação, cheirava mal. A mando de Jesus, alguém tirou a pedra e o Senhor gritou para o morto: “Lázaro, venha para fora”. E ele saiu! (Jo 11.38-44).
Eu estava no quarto do andar de cima da casa de Dorcas, na cidade de Jope. Ela havia adoecido e morrido. Várias viúvas, beneficiadas por ela, estavam ao seu redor e choravam. Pedro, que acabara de chegar de Lida, entrou no quarto e pediu que todos descessem para o andar de baixo. Em seguida, ele ajoelhou-se e orou. Depois, virou-se para o corpo de Dorcas e disse: “Tabita, levante-se”. A mulher abriu os olhos, sentou-se e, com a ajuda de Pedro, ficou de pé, viva (At 9.36-41).
Eu estava no chamado vale dos ossos secos. Ele era enorme e estava coberto de ossos humanos, todos secos. O espetáculo era sombrio demais, melancólico demais, deprimente demais. Pela enorme quantidade de ossos bagunçados por ali, percebia-se toda a feiura da morte. Só havia uma pessoa viva naquele espaço todo: era o profeta Ezequiel, que andava para lá e para cá. De repente, ouvi o profeta dar um recado de Deus aos ossos: “Eu porei respiração dentro de vocês e os farei viver de novo. Eu lhes darei tendões e músculos e os cobrirei de pele. Porei respiração dentro de vocês e os farei viver de novo. Aí vocês ficarão sabendo que eu sou o Senhor”.
Ato contínuo, vi o impossível tornar-se possível. Enquanto o profeta falava, ouvi uma barulhada enorme. Eram os 208 ossos do esqueleto humano se arrumando, cada um em seu próprio lugar, tanto os maiores -- como o fêmur -- como os menores -- como as falanges. Se isso não bastasse, vi também que os ossos se cobriam de tendões e músculos e depois de pele. Não eram mais apenas esqueletos deitados, mas corpos humanos inteiros e perfeitos, porém imóveis como belas estátuas. Tinham bocas, olhos, ouvidos, mãos, pés, mas não falavam, não viam, não ouviam, não apalpavam nem andavam. Isso me incomodou muito. Até que ouvi o profeta falar outra vez, agora ao espírito, para que entrasse naqueles corpos e lhes transmitisse vida. Foi o que aconteceu: a respiração entrou neles e aqueles incontáveis corpos viveram de novo e ficaram de pé.
Ali mesmo ouvi a voz de Deus dirigida a Ezequiel: “Homem mortal, o povo de Israel é como esses ossos. Dizem que estão secos, sem esperança e sem futuro. Por isso, profetize para o meu povo de Israel e diga-lhes que eu, o Senhor Deus, abrirei as sepulturas deles, e os tirarei para fora, e os levarei de volta para a terra de Israel” (Ez 37.1-14).
Dou graças a Deus por ter estado nesses lugares todos, principalmente no vale de ossos secos. Pude enxergar as duas ressurreições que Deus opera: a ressurreição da morte psicossomática e a ressurreição da morte espiritual; o despertar do sono da morte e o despertar do sono do pecado. Voltei menos pessimista, menos derrotista e menos frustrado. Reintroduzi-me na arena mais animado, mais crente e mais vigoroso. Troquei a tímida esperança pela grande esperança, posta não em nós, mas naquele que tem expediente, que dá ordens aos ossos, aos tendões, aos músculos, à carne e à respiração, e todos eles o obedecem. Há esperança para a Igreja Católica, há esperança para a igreja reformada, há esperança para as igrejas históricas, há esperança para as igrejas pentecostais e há esperança para as igrejas neopentecostais!

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