terça-feira, 12 de abril de 2011

SÓ TEM UM JEITO DE SAIR DO DESERTO: ENTRANDO NELE!

      Que muito discípulo de Cristo entende muito bem o que é deserto, é indiscutível.

      Que todo deserto é oficina tribulosa de perseverança, paciência e fé, nada de novo.
      Que todo mundo preferiria não ter que passar por esse desfiladeiro estreito, ah...isso todo mundo preferiria.
      Mas que todos passaremos por esse lugar apertado, se já não passamos, passaremos.
      Então, o que há de novo para falar sobre desertos senão que é solitário, angustiante, tempo de tratamento, lugar de provação?
      Pouca coisa talvez, mas para muitos que nesse exato momento estão bem lá meio do Saara espiritual, esse artigo vai chegar como um copinho de água fresca, pequeno demais talvez para quem deseja muitas piscinas transbordantes, diques e reservatórios gigantes.
Contudo, talvez não seja hora de nadar ainda, mas tenha bom ânimo, as gotas refrescantes sempre vêm e muitas vezes são elas que evitam os lábios do peregrino de rachar e sangrar.
      As experiências de Jesus, Elias, Moisés e outros, são um verdadeiro manual do que NÃO fazer no deserto. 
      
Tentar não fugir dele por MEDO
      O coração de quem está num areião espiritual a 45 graus só pensa em sair correndo, encurtar o caminho, abreviar, descobrir um atalho, mas aprendemos na Palavra que é preciso APRENDER A FICAR ALI DURANTE O TEMPO NECESSÁRIO.
      O deserto é para vida, mas se o rejeitarmos, pode nos ser para morte.
      Entender que é tempo de forja, de barro sendo amassado, de tratamento e reforma é a maneira MENOS dolorida de suportar.
      O grande problema de fugir do deserto é a certeza de que ele vai chegar de novo mais cedo ou mais tarde.
      Calma, respire fundo, busque paciência...vai passar. 
 
Não tentar entender imediatamente 
      Espernear, tentar achar um culpado, culpar-se a si mesmo, nada disso vai ajudar, só vai acrescentar peso.
     Já basta você ter que suportar a acusação velada de uns e outros, que ficarão olhando pra você e procurando possíveis falhas que te façam mercedor desse tempo.
      Quando o cego de nascença se aproximou de Jesus, a primeira reação dos discípulos foi querer saber quem tinha pecado para que aquilo tivesse acontecido, como se todos os males da vida viessem por merecimento.
      Vem lá detrás essa teoria maligna que atravessou os séculos e continua até hoje a ser um motivo de equívoco: a teoria do merecimento, tanto para o bem, como para o mal.
      Nenhum deserto é para a castigo ou punição...NÃO.
      Deserto é escola necessária para preparar homens, mulheres, jovens e velhos na visão do Senhor.  
Saber que o deserto pode vir por tabela
      Na aliança do casamento tenho visto muitos entrarem juntos num desertão "daqueles" e acharem difícil entender.
      É difícil mesmo, mas uma coisa é certa: a aliança do casamento possibilita que um vá ao deserto e o outro tenha que ir junto.
      O tratamento pode ser para um dos dois ou para os dois, mas nesse caso é preciso buscar sabedoria do alto para a situação não se transformar num tribunal 24 horas por dia, onde um fica atirando no outro  acusações e exigindo explicações sobre o momento.
      A uns 4 dias atrás veio um casal aqui em casa, eu e meu marido os atendemos.
      Estavam quebrados, envergonhados, com o orgulho ferido, tinham sido despejados de seu apartamento, mesmo sendo pessoas sérias e comprometidas com Deus.
      Ali fizemos uma clara leitura desse clássico caso, onde a aliança do casamento leva ambos ao deserto, mas por causa do amor o casal que é nascido de novo busca suportar esse tempo na força do Senhor.   
      Não é tempo de inquirir e oprimir, mas é tempo de calar. 
Vigiar para que a auto piedade não roube a cena
      Elias ficou com tanta dó dele mesmo que desenvolveu uma depressão lascada no deserto (I Rs. 19:4). 
      No caso do casal que citei a pouco aconteceu isso.
      O marido fora criado em orfanato, o que fez dele um adulto carente e com grande necessidade de ser um pai de família perfeito, um sacerdote impecável, alguém que provasse para ele mesmo o quanto tinha vencido.
      Contudo, a logística de Deus é completamente diferente da nossa e trabalha para nos mostrar o quanto somos dependentes Dele, insuficientes e imperfeitos.
      O jeito foi o homem dizer "amém" e, como Elias, ouvir:
"Basta. Levanta-te e come. Chega de ficar pedindo a morte, nutrindo pena de si mesmo e dormindo de depressão. É momento de entender esse deserto, levantar e trabalhar agora pela sua reconquista." 
(paráfrase de I Rs. 19:4)
              

Conclusão:
      No final dá tudo certo porque Deus é bom e Sua misericórdia dura para todo sempre, porque Ele não nos trata segundo as nossas iniquidades, mas segundo a Sua infinita graça.
      Você verá muito nitidamente que, se Deus te ensinasse algumas coisas nos momentos da tranquilidade, você as esqueceria facilmente, mas as que você aprendeu em meio a dores, NUNCA MAIS SERÃO ESQUECIDAS. 
      O deserto se vai e depois dele você vai cantar o Salmo 23:
"O Senhor é meu Pastor e nada me faltará,
Ele me faz repousar em verdes pastos,
leva-me para junto das águas de descanso,
refrigera minha alma,
guia-me pelos caminhos da justiça por amor do Seu nome..."
 


 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário