O Casamento do Coelho com a Galinha
O Casamento do Coelho com a Galinha
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Bispo Alexandre Rodrigues
A edificação da Grande Babilônia está em fase de acabamento. Desde o lançamento de seus alicerces há, aproximadamente, quatro mil anos, muitos foram os esforços de satanás e de seus ministros para levar a cabo sua edificação.
Como o próprio nome exprime, “Babilônia” significa “Confusão provocada por mistura” (J. Strongs). Esse é o princípio do inimigo de Deus, princípio esse utilizado desde séculos, com o fim de corromper a verdade divina, gerando sofismas, e afastando os homens da verdadeira sabedoria, oculta em Cristo, o qual é a universalidade e centralidade do propósito eterno de Deus o Pai (Cl 2:3 cf. Ef 1:9-10).
Trata-se, em realidade, de um espírito que conclama os homens a uma unificação universal, de crenças e práticas amalgamadas engenhosamente, produzindo a mistura da corrupção: o santo e o profano, o divino e o pagão, conforme profetizou Jesus Cristo em Seu evangelho: “... O reino dos céus é semelhante ao fermento que UMA MULHER tomou e ESCONDEU em três medidas de farinha, ATÉ FICAR TUDO LEVEDADO” (Mt 13:33 cf. Ap 2:20; 17:1-5).
Com a conversão da Igreja Cristã a Roma, casamento esse que lhe legou o sobrenome “romana”, diga-se de passagem, cumpriu-se a parábola profética sobre o joio, a qual nos afirma dizendo que os filhos do maligno (joio) foi semeado no meio dos filhos do reino (trigo) - Mt 13:24-30 cf. 13:36-43. Essa união ilícita resultou no cumprimento da 3ª parábola, da série de sete, em Mateus 13. A igreja cristã cuja natureza é a de uma hortaliça, transformou-se numa grande árvore (Mt 13:31:32). Isto é, o pequeno rebanho de Jesus Cristo (Lc 12:32), depois de se casar com Roma, “apareceu na história” (lit.) como um grande e poderoso sistema, político-religioso, o qual se tornou morada de aves, isto é, de demônios (Mt 13:32 cf. 13:4 e 19). Não é sem razão que, o referido período da história da igreja é apontado, profeticamente, pelas características da Igreja em Pérgamo (Ap 2:12-17), cujo significado é “casamento” e “torre fortificada”. Esse é um indicativo profético de que o casamento da igreja com Roma, o amalgamar do estado com a igreja, resultaria no surgimento de uma alta e fortificada torre, conhecida historicamente como CRISTINIANISMO.
Esse casamento não aconteceu na superfície de um tratado. Antes, muito mais do que isso, houve a copulação entre o paganismo e a igreja, de modo a conceber uma nova ideologia cujo corpo tem a aparência de cristão, mas o espírito é, intrinsecamente, pagão (Ap 13:11 cf. Mt 7:15). Essas novas concepções de crenças e práticas são filhas do adultério espiritual, e são chamadas, biblicamente, de “as coisas profundas de satanás” (Ap 2:24), razão pela qual, a mulher prostituta, a Grande Babilônia, trás em sua face dissimulada, o nome MISTÉRIO (Ap 17:5; 17:7). Esses mistérios são, em essência, as crenças pagãs vestidas com uma roupagem cristã. De sorte que, muitas das doutrinas do cristianismo guardam, no seu âmago, uma mensagem latente vinculada à idolatria e à fornicação. Esse é o caso da chamada Páscoa Cristã.
Ora, que relação existe entre a chamada Páscoa e o paganismo? O que a conhecida Páscoa representa, nos dias de hoje, para a maioria da população mundial? O que, de fato, vem a ser a Páscoa de Acordo com a Palavra de Deus? Bem, para responder a essas perguntas, precisamos observá-la (a páscoa) sob três prismas diferentes: a páscoa pagã, a páscoa comercial e a páscoa bíblica.
A Páscoa Pagã
Ao se fazer uma leitura da história, uma leitura diacrônica da mesma, percebe-se, sem grandes esforços, a presença de crenças e cultos religiosos, universalmente conhecidos e praticados, à deusa da fertilidade: Eostre. Essa é a mesma deusa Ishtar. “Ishtar tinha alguns rituais de caráter sexual, uma vez que era a deusa da fertilidade, outros rituais tinham a ver com libações e outras ofertas corporais” (Wikipédia, a enciclopédia livre – On-line).
A adoração a esse ídolo era, na maioria das vezes, associada à passagem do inverno para a primavera, período no qual a “vida renasce”, um indicativo do principal atributo da deusa Eostre: a fertilidade. Nesse festival, “eles celebravam Ostera, a deusa da primavera, simbolizada por uma mulher que segurava um ovo em sua mão e observava um coelho, representante da fertilidade, pulando alegremente ao redor de seus pés” (Wikipédia, a enciclopédia livre – On-line). Eis aqui os dois principais símbolos da páscoa pagã: o ovo e o coelho.
O ovo é visto, pela cosmogonia antiga, como a origem do mundo. Essa é uma concepção pagã a respeito da vida. Por essa razão, o ovo está associado à deusa da fertilidade. Por isso “o hábito de dar ovos de verdade vem da tradição pagã! Mas os ovos não eram para ser comidos. Eram apenas um presente que simbolizava o início da vida. A tradição de homenagear essa estação do ano continuou durante a Idade Média entre os povos pagãos da Europa” (Wikipédia, a enciclopédia livre – On-line).
O coelho, por sua vez, “apesar de ser um mamífero e por conseguinte não botar ovos, assumiu o papel de produtor e entregador dos ovos de Páscoa. Isso devido à notória capacidade de reprodução desses animais que se tornaram símbolo da fertilidade” (Wikipédia, a enciclopédia livre – On-line). Como tal, sendo, sobretudo, um animal imundo, segundo a lista de animais imundos de Lv 11, o coelho representa a propagação rápida e em grande escala da natureza pecaminosa na terra.
Todavia, com a conversão da igreja a Roma, essa prática da páscoa pagã foi agregada aos ritos e cultos “cristãos”, vestida, obviamente, com uma roupagem cristã, para ocultar a verdadeira essência profana. Essa mistura da verdade com o engano chama-se sofisma.
Com a justificativa de se comemorar a ressurreição de Cristo, adotou-se o ovo, conhecido popularmente como ovo de páscoa, como símbolo da vida, a vida de ressurreição de Cristo. Assim, conseguiu-se confluir o santo e o profano e misturá-los, formando assim uma grande massa levedada.
“A data da Páscoa foi fixada no primeiro concílio de Nicéia, no ano de 325... Assim, a Páscoa cristã é comemorada (segundo o costume da Idade Média e da Europa) no primeiro domingo após a primeira Lua cheia da Primavera (no Hemisfério Sul, Outono).: a data ocorre entre os dias 22 de Março e 25 de Abril... A decisão equalizava todas as correntes cristãs, mas é bem provável que nenhum método de cálculo da data tenha sido explicitamente indicado... Essa decisão não foi sem discussão. Havia o problema da coincidência da data da Páscoa com as festas pagãs do início da Primavera. As igrejas da Ásia, principalmente, acreditavam que devia,[mas não é] ser seguida a data do sacrifício do cordeiro em Pessach (14 de Nissan), que seria a data exata da morte de Cristo. ” (Wikipédia, a enciclopédia livre – On-line). Todavia, prevaleceu a força do paganismo, vinculando a páscoa aos festivais da primavera, praticados em homenagem e culto à deusa da fertilidade. “A Igreja no século XVIII, adotou oficialmente o ovo como símbolo da ressurreição de Cristo. Assim foi santificado um uso originalmente pagão, e pilhas de ovos coloridos começaram a ser benzidos antes de sua distribuição aos fiéis” (Wikipédia, a enciclopédia livre – On-line) .
Como seres humanos que somos, seres pensantes, devemos ser críticos e questionarmos: como pode um coelho, sendo esse um mamífero, botar ovos? A mentira descabida que, não raras vezes ensinamos às nossas crianças, só as levam à seguinte conclusão: deve ser o resultado do casamento do coelho com a galinha. O que eles não entendem, todavia, é que tal aberração é o resultado de um outro casamento, tão incestuoso quanto o primeiro, e tão contrário aos princípios divinos quanto aquele: o casamento ilícito e abominável da Igreja com o paganismo. Esse casamento resultou em um número assustador de anomalias, vistas e aceitas como NORMAIS, pelo povo enganado de Deus.
Mas alguém dirá: “Tudo isso é irrelevante. Deixemos de lado essas coisas ‘sem importância’ e saiamos a pregar o evangelho”. Ora, Não devemos ser superficiais e irresponsáveis em nosso tratamento para com a Bíblia Sagrada. A Palavra de Deus nos serve para apontar o caminho seguro (Sl 119:105) e nos garantir que não seremos seduzidos por doutrinas de homens (Mt 15:9) ou doutrinas de demônios (I Tm 4:1-2).
O Deus da Escritura Sagrada abomina a mistura. Em Lv 22, o Senhor adverte aos filhos de Israel a esse respeito, dizendo: “Não semearás a tua vinha com duas espécies de semente, para que não degenere o fruto da semente que semeaste e a messe da vinha. Não lavrarás com junta de boi e jumento. Não te vestirás de estofos de lã e linho juntamente”. “Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas...” (Hb 10:1), o Senhor Deus ensinou o Seu povo daquele tempo com tais figuras; para nós, todavia, prevalece a realidade, a essência do princípio divino, aplicável ao homem em toda e qualquer época; isto é, o princípio da separação de elementos estranhos, do santo e do profano, das coisas pertencentes a Deus e das coisas próprias da iniqüidade.
Por essa razão, em outro lugar, disse: “Dá ordem aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando entrardes na terra de Canaã, será esta a que vos cairá em herança: a terra de Canaã, segundo os seus limites” (Nm 34:2). Aqui se encontra o princípio da separação, isto é, dos limites que separam a nação santa de Israel das demais nações. Pois, “Assim diz o SENHOR: Não aprendais o caminho dos gentios... Porque os costumes dos povos são vaidade” (Jr 10:2-3).
Os muros em torno de Jerusalém possuíam uma conotação espiritual. Significavam separação. Não é sem razão que, quando por ocasião da restauração de Jerusalém, os samaritanos não puderam se unir a Israel na reconstrução do templo. E por que não puderam? Porque os samaritanos eram judeus que haviam se misturado, mediante casamentos, com outras nações, maculando, assim, a pureza da raça santa, eleita, separada (2Rs 17:24-29). Pois o próprio Deus assim o havia instruído, dizendo: “Quando o SENHOR, teu Deus, te introduzir na terra a qual passas a possuir, e tiver lançado muitas nações de diante de ti..., não farás com elas aliança... nem contrairás matrimônio com os filhos dessas nações; não darás tuas filhas a seus filhos, nem tomarás suas filhas para teus filhos; pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses...” (Dt 7:1-4).
Assim, os samaritanos, representados nas figuras de Sambalate, Tobias e Gersém, tendo-se tornado inimigos de Israel se opuseram à reconstrução dos muros de Jerusalém; pois, ao quererem ser aceitos no meio do povo, queriam acabar com o princípio da separação (santificação), introduzindo, assim, elementos estranhos (filhos de natureza mista) no seio do povo separado de Deus.
Esse mesmo princípio de separação (santificação) é-nos, semelhantemente, apresentado no Novo Testamento: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto QUE SOCIEDADE PODE HAVER entre a justiça e a iniqüidade? Ou QUE COMUNHÃO, da luz com as trevas? QUE HARMONIA, entre Cristo e o Maligno? Ou QUE UNIÃO, do crente com o incrédulo? QUE LIGAÇÃO há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, RETIRAI-VOS do meio deles, SEPARAI-VOS, diz o Senhor; NÃO TOQUEIS em coisas impuras; e eu vos receberei” (2Co 6:16-17).
Esse é um princípio ordinário estabelecido desde o início do mundo e que nos alcança, ainda, nos dias de hoje. Pois, assim como Deus, ao criar a natureza, ordenou a cada ser criado que reproduzisse segundo a sua própria espécie, não aceitando o incesto, do mesmo modo, ordenou Deus aos Seus filhos, dizendo: “... sede santos porque eu sou santo” (I Pe 1:16).
Portanto a páscoa religiosa praticada em Nome de Cristo é impura, pois nela se associam elementos pagãos e cristãos, cuja ideologia é, semelhantemente, uma amálgama de crenças divinas e crendices pertence aos ídolos.
A Páscoa Comercial
O segundo prisma pelo qual devemos olhar a páscoa é pelo viés do consumismo.
Os homens dos dias atuais, muito mais do que em outras épocas passadas, vivem de tal maneira automatizados, que são insensíveis a tudo que acontece em sua volta. Não perguntam o por quê das coisas, apenas aceitam as tradições como se fossem verdades, não sabendo as origens nem o que elas representam. Tais homens são, na verdade, robotizados e controlados pelo Cosmo, pelo príncipe da potestade do ar, pelo espírito que atua nos filhos da desobediência (Ef 2:2). Satanás, o príncipe deste século, estabelece o curso deste mundo, isto é, dita o modo como os homens devem viver, e esses, simplesmente, seguem, como gado marcado, não conseguindo, sequer, distinguir a mão direita da esquerda.
Com o fim do feudalismo, uma nova era começou: a era do capitalismo, da industria, do consumismo. Nesta era, os homens são programados para viverem em função do dinheiro, não somente para a satisfação de suas necessidades, mas para o status do ter, do possuir. Como bactérias oportunistas, surgem, então, do outro lado, as grandes multinacionais, industrias dos mais variados gêneros, oferecendo ao homem o que ele precisa e o que não precisa. Assim, vivemos hoje uma grande maratona, uma corrida pela posse das coisas.
Essa é antes de tudo uma questão espiritual. Não podemos nos esquecer do que disse o apóstolo Paulo aos Efésios: “porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, CONTRA OS DOMINADORES DESTE MUNDO tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (6:12). Essa é a razão, o porquê, há um gozo no possuir as coisas, não tanto pela sua utilidade, mas pelo prazer de poder dizer: eu possuo.
A prova disso, não é teórica, mas empírica, pois em um mundo onde milhares de pessoas passam fome, conseguimos, mesmo tendo consciência disso, trabalhar, ganhar muito dinheiro, colocar a família em risco, em troca do supérfluo, daquilo que não constitui necessidades vitais. Enquanto uns possuem o que não precisam, outros sofrem a falta daquilo que é necessário à sobrevivência humana.
É a corrida do capitalismo. Uns ganham medalhas de ouro; outros de prata; e ainda outros, de bronze. Todavia, há os que nada ganham. Há os que, nem ao menos, lhes são dada a oportunidade de correr, de competir, de lutar. Enquanto isso, nas chamadas festas cristãs, (natal, páscoa, etc), o que o mundo está fazendo? Consumindo. Engordando. Esbanjando. Desperdiçando.
Ora, o que representa a páscoa para os milhares de pessoas que a comemoram? Quem ao comprar ovos de chocolate lembra-se da Bíblia, da redenção de Cristo na cruz do Calvário? Quem são os propagadores da Páscoa? São os evangelistas? São os apóstolos? São os pastores e mestres? Não, é certo que não.
São as industrias os principais propagadores da páscoa. E por que? Porque é uma data comercial, consumista, sem nenhuma relação ou lembrança com o espiritual. Constitui em mera festa secular, período do ano, no qual, as pessoas estão voltadas para si mesmas, buscando a satisfação dos desejos carnais, encontrados em produtos estimulantes (chocolate). Enfim.
É certo que muitos dirão que não é bem assim, e que há o aspecto espiritual envolvido nesse particular. Todavia, nada sabem o que, de fato, diz a Escritura Sagrada a esse respeito; pois se soubessem, não associariam o que há de mais belo na história do universo (a verdadeira páscoa), a algo tão banal como ovos de chocolate trazidos por coelhos de orelhas grandes, de olhos vermelhos e de pêlos branquinhos.
A Páscoa Bíblica
A Páscoa Bíblica tem as suas raízes ligadas à história do povo de Israel, registrada em Êxodo 12.
Por aquele tempo, a nação israelita mantinha-se cativa sob o jugo do Egito. Por 430 anos estiveram os filhos de Israel sob a mão opressora de Faraó, até o dia em que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó tendo visto a aflição de Seu povo e ouvido o seu clamor, DESCEU, a fim de fazê-lo SUBIR, a uma terra que mana leite e mel (Ex 3:7).
Deus visitou o Egito, a fim de resgatar para Si o Seu povo. Por intermédio de Moisés, o Senhor operou inúmeros sinais como demonstração de Seu poder sobre todos os deuses do Egito. Assim, depois de derramar nove pragas sobre a terra de Faraó, disse o Senhor a Moisés:
“Este mês vos será o principal dos meses; será o primeiro mês do ano. Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família. Mas, se a família for pequena para um cordeiro, então, convidará ele o seu vizinho mais próximo, conforme o número das almas; conforme o que cada um puder comer, por aí calculareis quantos bastem para o cordeiro... e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o imolará no crepúsculo da tarde. Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem... Desta maneira o comereis: lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão; comê-lo-eis à pressa; é a Páscoa do SENHOR. Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o SENHOR. O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, PASSAREI por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito”(Ex 12:2-4, 6-7, 11-13).
Esta era a décima praga: a morte de todos os primogênitos. O próprio Deus visitaria o Egito naquela noite de juízo. Nenhum primogênito escaparia da morte, nem mesmo os primogênitos dos animais. Todavia, o Senhor Deus tinha uma palavra de salvação para o Seu povo: “O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quanto eu vir o sangue, PASSAREI por vós, e não haverá praga destruidora...”.
Os hebreus deveriam imolar um cordeiro, um cordeiro para cada casa. Depois, uma vez imolado o animal, deveriam passar o sangue do mesmo nos umbrais das portas. E, dentro de casa, com as portas trancadas, deveriam comer o sacrifício, com os lombos cingidos, sandália nos pés e cajado na mão. Era a Páscoa do Senhor (Ex 12:11).
Enquanto isso, do lado de fora, o Eterno passeava por entre as casas do Egito. Nas casas onde NÃO HAVIA O SINAL (sangue), o Senhor entrava e feria de morte o primogênito. Nada que pudessem fazer de bom poderiam livrá-los do juízo. Nas casas, entretanto, em que HAVIA O SINAL, estampado como um estandarte, a cor vermelha do sangue do cordeiro de Deus, nessas, o Senhor não entrava; antes, pelo contrário, PASSAVA POR CIMA, e seguia adiante. Esse é o verdadeiro sentido da Páscoa do Senhor. O termo “Páscoa” significa literalmente “passar por cima”. Isto é, quando o Senhor visse o sangue como sinal na porta da casa, PASSARIA POR sobre ela, e não feriria de morte o primogênito.
Assim, o termo páscoa possui duas denotações: quando se refere ao cordeiro, fala-nos de Cristo, o qual, como o Cordeiro de Deus (Jo 1:29), foi imolado por nós, tornando-se assim, o nosso cordeiro pascal (I Co 5:7). Referindo-se a nós, por outro lado, diz respeito ao nosso livramento da morte eterna, mediante o sacrifício pascal de Cristo a nosso favor, a nós os que temos o sangue de Cristo por insígnia, sinalizando sobre as nossas cabeças, nós os que cremos no Seu Nome.
De sorte que, de um modo ou de outro, o que prevalece nesse sentido, é a presença da morte e do sangue do Cordeiro, os quais são, para o Pai, o preço pago pela nossa redenção. Todos, pois, que têm o Cristo crucificado por sinal redentor, têm a certeza de que não será tocado pelo juízo do lago de fogo, isto é, pela segunda morte (Ap 20: 14).
Percebe-se agora com qual intuito satanás procura distanciar as pessoas do verdadeiro sentido da páscoa. O inimigo de Deus retirou a verdade sobre o Cordeiro santo de Deus, e introduziu o mito do coelho da páscoa. E por que fez isso? Seria, porventura, mera coincidência o fato de o coelho ser símbolo da propagação rápida da natureza pecaminosa no mundo, em contraste ao Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1:29)?
Observe em que consiste os contrates: o coelho é símbolo da natureza do pecado, visto ser um dos alistados no rol de animais imundos em Levítico 11; o cordeiro é símbolo da pureza e da santidade, visto ser por Deus escolhido para representar o Seu Filho Jesus, o ENTE SANTO gerado no ventre de Maria (Lc 1:35). O coelho é símbolo de PROPAGAÇÃO da natureza pecaminosa, ao passo que o cordeiro é símbolo do sacrifício que TIRA o pecado do mundo.
A páscoa, portanto, na qualidade de sombra e figura das coisas vindouras, encontra o seu cumprimento na morte de Cristo (I Co 5:7). Falar sobre páscoa é falar do sacrifício redentor de Cristo; é falar também da redenção que obtivemos mediante tão perfeito sacrifício.
Por que, então, a igreja romana – apóstata - vinculou a páscoa à ressurreição de Cristo, e não à Sua morte? Ora, vede. Visto que em nenhum lugar das Escrituras há o vínculo da páscoa com a ressurreição de Cristo, o interesse romano nesse sentido, é fazer associação ao paganismo, uma vez que a festa pagã da páscoa está relacionada à deusa da primavera e da fertilidade. Ambas dizem respeito ao renascimento e à vida. Assim, pois, ao falar da ressurreição, fala de renascimento e de vida, semelhantemente.
Ao contrário, todavia, a Bíblia Sagrada vincula a páscoa à morte, ao sacrifício, ao sangue, à exterminação. Pois no momento em que Deus visse o sangue estampado nos umbrais das portas, “entenderia” que ali já havia sido morto o primogênito. E de fato, esse era o significado. A Páscoa trata-se da morte substitutiva do Cordeiro em o nosso lugar, como está escrito: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).
Mas há algum problema nisso? Ou, que problema há em comemorarmos na páscoa a ressurreição de Cristo? Há muitos problemas. Primeiro porque quando Deus nos falou da obra de Cristo, através das festas de Israel, deu-nos a Páscoa como indicativo de Sua morte (Lv 23:4-8 cf. I Co 5:7) , e as Primícias como símbolo de Sua ressurreição (Lv 23:9-14 cf. I Co 15:20). Nessa seqüência, se colocarmos a Páscoa, a primeira festa, como ressurreição, onde estaria a morte? Primeiro tem existir a morte (Páscoa) para depois vir a ressurreição (Primícias). Em segundo lugar, precisamos nos recordar que, quando a igreja de Jesus casou-se com Roma, o método utilizado para introduzir os ídolos pagãos no seio da igreja, foi vestir as coisas pagãs (a adoração à deusa Ishtar) com uma roupagem cristã (Páscoa). Esse método visava enganar os cristãos, de modo a induzi-los à adoração de deuses falsos, em nome do Deus da Bíblia.
Este é o velho método da antiga serpente: enganar mediante o esconder o conteúdo de sua natureza perversa dentro de um invólucro inocente. Assim foi com satanás no Éden, que se aproximando de Eva, o fez oculto numa serpente (Gn 3:1). O mesmo acontece com os falsos profetas que se apresentam disfarçados de cordeiros, mas por dentro são lobos roubadores (Mt 7:15). Como aquela mulher que ESCONDEU o fermento em três medidas de fina flor de farinha (Mt 13:33). Como as imagens de escultura, cujos rostos transmitem um ar de humildade, mas por detrás se escondem demônios (I Co 10:19-20). Do mesmo modo o falso profeta, o qual tem dois chifres, parecendo cordeiro, mas ao falar, fala como Dragão (Ap 13:11). E o anticristo, o qual, ao se apresentar ao mundo, virá oculto numa roupagem de paz, mas ao se revelar, se mostrará como o iníquo, o homem da iniqüidade (Ap 6:1-2; I Ts 5:3; 2Ts 2:3-4; Ap 13:1-5). E o que dizer da Grande Babilônia, a qual é uma prostituta que traz oculto o vinho da sua prostituição em um cálice de ouro? (Ap 17:4).
Portanto, não nos deixemos enganar com a aparência de um “lindo” coelhinho branquinho, de olhos vermelhos, de pêlos branquinhos e de pulo bem leve. Pois, a esse respeito nos advertiu o apóstolo Paulo: “E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras” (2Co 11:14-15).
Não poucos, entre os cristãos do nosso tempo, vivem seduzidos pelo vinho da prostituição da grande meretriz (Ap 17:4). Mas ainda hoje, o Senhor estende sobre nós a sua misericórdia e nos convida, dizendo: “Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos” (Ap 18:4). É a doce voz do Espírito de Cristo que clama à Sua igreja. Você tem ouvidos para o ouvir?
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Bispo Alexandre Rodrigues
A edificação da Grande Babilônia está em fase de acabamento. Desde o lançamento de seus alicerces há, aproximadamente, quatro mil anos, muitos foram os esforços de satanás e de seus ministros para levar a cabo sua edificação.
Como o próprio nome exprime, “Babilônia” significa “Confusão provocada por mistura” (J. Strongs). Esse é o princípio do inimigo de Deus, princípio esse utilizado desde séculos, com o fim de corromper a verdade divina, gerando sofismas, e afastando os homens da verdadeira sabedoria, oculta em Cristo, o qual é a universalidade e centralidade do propósito eterno de Deus o Pai (Cl 2:3 cf. Ef 1:9-10).
Trata-se, em realidade, de um espírito que conclama os homens a uma unificação universal, de crenças e práticas amalgamadas engenhosamente, produzindo a mistura da corrupção: o santo e o profano, o divino e o pagão, conforme profetizou Jesus Cristo em Seu evangelho: “... O reino dos céus é semelhante ao fermento que UMA MULHER tomou e ESCONDEU em três medidas de farinha, ATÉ FICAR TUDO LEVEDADO” (Mt 13:33 cf. Ap 2:20; 17:1-5).
Com a conversão da Igreja Cristã a Roma, casamento esse que lhe legou o sobrenome “romana”, diga-se de passagem, cumpriu-se a parábola profética sobre o joio, a qual nos afirma dizendo que os filhos do maligno (joio) foi semeado no meio dos filhos do reino (trigo) - Mt 13:24-30 cf. 13:36-43. Essa união ilícita resultou no cumprimento da 3ª parábola, da série de sete, em Mateus 13. A igreja cristã cuja natureza é a de uma hortaliça, transformou-se numa grande árvore (Mt 13:31:32). Isto é, o pequeno rebanho de Jesus Cristo (Lc 12:32), depois de se casar com Roma, “apareceu na história” (lit.) como um grande e poderoso sistema, político-religioso, o qual se tornou morada de aves, isto é, de demônios (Mt 13:32 cf. 13:4 e 19). Não é sem razão que, o referido período da história da igreja é apontado, profeticamente, pelas características da Igreja em Pérgamo (Ap 2:12-17), cujo significado é “casamento” e “torre fortificada”. Esse é um indicativo profético de que o casamento da igreja com Roma, o amalgamar do estado com a igreja, resultaria no surgimento de uma alta e fortificada torre, conhecida historicamente como CRISTINIANISMO.
Esse casamento não aconteceu na superfície de um tratado. Antes, muito mais do que isso, houve a copulação entre o paganismo e a igreja, de modo a conceber uma nova ideologia cujo corpo tem a aparência de cristão, mas o espírito é, intrinsecamente, pagão (Ap 13:11 cf. Mt 7:15). Essas novas concepções de crenças e práticas são filhas do adultério espiritual, e são chamadas, biblicamente, de “as coisas profundas de satanás” (Ap 2:24), razão pela qual, a mulher prostituta, a Grande Babilônia, trás em sua face dissimulada, o nome MISTÉRIO (Ap 17:5; 17:7). Esses mistérios são, em essência, as crenças pagãs vestidas com uma roupagem cristã. De sorte que, muitas das doutrinas do cristianismo guardam, no seu âmago, uma mensagem latente vinculada à idolatria e à fornicação. Esse é o caso da chamada Páscoa Cristã.
Ora, que relação existe entre a chamada Páscoa e o paganismo? O que a conhecida Páscoa representa, nos dias de hoje, para a maioria da população mundial? O que, de fato, vem a ser a Páscoa de Acordo com a Palavra de Deus? Bem, para responder a essas perguntas, precisamos observá-la (a páscoa) sob três prismas diferentes: a páscoa pagã, a páscoa comercial e a páscoa bíblica.
A Páscoa Pagã
Ao se fazer uma leitura da história, uma leitura diacrônica da mesma, percebe-se, sem grandes esforços, a presença de crenças e cultos religiosos, universalmente conhecidos e praticados, à deusa da fertilidade: Eostre. Essa é a mesma deusa Ishtar. “Ishtar tinha alguns rituais de caráter sexual, uma vez que era a deusa da fertilidade, outros rituais tinham a ver com libações e outras ofertas corporais” (Wikipédia, a enciclopédia livre – On-line).
A adoração a esse ídolo era, na maioria das vezes, associada à passagem do inverno para a primavera, período no qual a “vida renasce”, um indicativo do principal atributo da deusa Eostre: a fertilidade. Nesse festival, “eles celebravam Ostera, a deusa da primavera, simbolizada por uma mulher que segurava um ovo em sua mão e observava um coelho, representante da fertilidade, pulando alegremente ao redor de seus pés” (Wikipédia, a enciclopédia livre – On-line). Eis aqui os dois principais símbolos da páscoa pagã: o ovo e o coelho.
O ovo é visto, pela cosmogonia antiga, como a origem do mundo. Essa é uma concepção pagã a respeito da vida. Por essa razão, o ovo está associado à deusa da fertilidade. Por isso “o hábito de dar ovos de verdade vem da tradição pagã! Mas os ovos não eram para ser comidos. Eram apenas um presente que simbolizava o início da vida. A tradição de homenagear essa estação do ano continuou durante a Idade Média entre os povos pagãos da Europa” (Wikipédia, a enciclopédia livre – On-line).
O coelho, por sua vez, “apesar de ser um mamífero e por conseguinte não botar ovos, assumiu o papel de produtor e entregador dos ovos de Páscoa. Isso devido à notória capacidade de reprodução desses animais que se tornaram símbolo da fertilidade” (Wikipédia, a enciclopédia livre – On-line). Como tal, sendo, sobretudo, um animal imundo, segundo a lista de animais imundos de Lv 11, o coelho representa a propagação rápida e em grande escala da natureza pecaminosa na terra.
Todavia, com a conversão da igreja a Roma, essa prática da páscoa pagã foi agregada aos ritos e cultos “cristãos”, vestida, obviamente, com uma roupagem cristã, para ocultar a verdadeira essência profana. Essa mistura da verdade com o engano chama-se sofisma.
Com a justificativa de se comemorar a ressurreição de Cristo, adotou-se o ovo, conhecido popularmente como ovo de páscoa, como símbolo da vida, a vida de ressurreição de Cristo. Assim, conseguiu-se confluir o santo e o profano e misturá-los, formando assim uma grande massa levedada.
“A data da Páscoa foi fixada no primeiro concílio de Nicéia, no ano de 325... Assim, a Páscoa cristã é comemorada (segundo o costume da Idade Média e da Europa) no primeiro domingo após a primeira Lua cheia da Primavera (no Hemisfério Sul, Outono).: a data ocorre entre os dias 22 de Março e 25 de Abril... A decisão equalizava todas as correntes cristãs, mas é bem provável que nenhum método de cálculo da data tenha sido explicitamente indicado... Essa decisão não foi sem discussão. Havia o problema da coincidência da data da Páscoa com as festas pagãs do início da Primavera. As igrejas da Ásia, principalmente, acreditavam que devia,[mas não é] ser seguida a data do sacrifício do cordeiro em Pessach (14 de Nissan), que seria a data exata da morte de Cristo. ” (Wikipédia, a enciclopédia livre – On-line). Todavia, prevaleceu a força do paganismo, vinculando a páscoa aos festivais da primavera, praticados em homenagem e culto à deusa da fertilidade. “A Igreja no século XVIII, adotou oficialmente o ovo como símbolo da ressurreição de Cristo. Assim foi santificado um uso originalmente pagão, e pilhas de ovos coloridos começaram a ser benzidos antes de sua distribuição aos fiéis” (Wikipédia, a enciclopédia livre – On-line) .
Como seres humanos que somos, seres pensantes, devemos ser críticos e questionarmos: como pode um coelho, sendo esse um mamífero, botar ovos? A mentira descabida que, não raras vezes ensinamos às nossas crianças, só as levam à seguinte conclusão: deve ser o resultado do casamento do coelho com a galinha. O que eles não entendem, todavia, é que tal aberração é o resultado de um outro casamento, tão incestuoso quanto o primeiro, e tão contrário aos princípios divinos quanto aquele: o casamento ilícito e abominável da Igreja com o paganismo. Esse casamento resultou em um número assustador de anomalias, vistas e aceitas como NORMAIS, pelo povo enganado de Deus.
Mas alguém dirá: “Tudo isso é irrelevante. Deixemos de lado essas coisas ‘sem importância’ e saiamos a pregar o evangelho”. Ora, Não devemos ser superficiais e irresponsáveis em nosso tratamento para com a Bíblia Sagrada. A Palavra de Deus nos serve para apontar o caminho seguro (Sl 119:105) e nos garantir que não seremos seduzidos por doutrinas de homens (Mt 15:9) ou doutrinas de demônios (I Tm 4:1-2).
O Deus da Escritura Sagrada abomina a mistura. Em Lv 22, o Senhor adverte aos filhos de Israel a esse respeito, dizendo: “Não semearás a tua vinha com duas espécies de semente, para que não degenere o fruto da semente que semeaste e a messe da vinha. Não lavrarás com junta de boi e jumento. Não te vestirás de estofos de lã e linho juntamente”. “Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas...” (Hb 10:1), o Senhor Deus ensinou o Seu povo daquele tempo com tais figuras; para nós, todavia, prevalece a realidade, a essência do princípio divino, aplicável ao homem em toda e qualquer época; isto é, o princípio da separação de elementos estranhos, do santo e do profano, das coisas pertencentes a Deus e das coisas próprias da iniqüidade.
Por essa razão, em outro lugar, disse: “Dá ordem aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando entrardes na terra de Canaã, será esta a que vos cairá em herança: a terra de Canaã, segundo os seus limites” (Nm 34:2). Aqui se encontra o princípio da separação, isto é, dos limites que separam a nação santa de Israel das demais nações. Pois, “Assim diz o SENHOR: Não aprendais o caminho dos gentios... Porque os costumes dos povos são vaidade” (Jr 10:2-3).
Os muros em torno de Jerusalém possuíam uma conotação espiritual. Significavam separação. Não é sem razão que, quando por ocasião da restauração de Jerusalém, os samaritanos não puderam se unir a Israel na reconstrução do templo. E por que não puderam? Porque os samaritanos eram judeus que haviam se misturado, mediante casamentos, com outras nações, maculando, assim, a pureza da raça santa, eleita, separada (2Rs 17:24-29). Pois o próprio Deus assim o havia instruído, dizendo: “Quando o SENHOR, teu Deus, te introduzir na terra a qual passas a possuir, e tiver lançado muitas nações de diante de ti..., não farás com elas aliança... nem contrairás matrimônio com os filhos dessas nações; não darás tuas filhas a seus filhos, nem tomarás suas filhas para teus filhos; pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses...” (Dt 7:1-4).
Assim, os samaritanos, representados nas figuras de Sambalate, Tobias e Gersém, tendo-se tornado inimigos de Israel se opuseram à reconstrução dos muros de Jerusalém; pois, ao quererem ser aceitos no meio do povo, queriam acabar com o princípio da separação (santificação), introduzindo, assim, elementos estranhos (filhos de natureza mista) no seio do povo separado de Deus.
Esse mesmo princípio de separação (santificação) é-nos, semelhantemente, apresentado no Novo Testamento: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto QUE SOCIEDADE PODE HAVER entre a justiça e a iniqüidade? Ou QUE COMUNHÃO, da luz com as trevas? QUE HARMONIA, entre Cristo e o Maligno? Ou QUE UNIÃO, do crente com o incrédulo? QUE LIGAÇÃO há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, RETIRAI-VOS do meio deles, SEPARAI-VOS, diz o Senhor; NÃO TOQUEIS em coisas impuras; e eu vos receberei” (2Co 6:16-17).
Esse é um princípio ordinário estabelecido desde o início do mundo e que nos alcança, ainda, nos dias de hoje. Pois, assim como Deus, ao criar a natureza, ordenou a cada ser criado que reproduzisse segundo a sua própria espécie, não aceitando o incesto, do mesmo modo, ordenou Deus aos Seus filhos, dizendo: “... sede santos porque eu sou santo” (I Pe 1:16).
Portanto a páscoa religiosa praticada em Nome de Cristo é impura, pois nela se associam elementos pagãos e cristãos, cuja ideologia é, semelhantemente, uma amálgama de crenças divinas e crendices pertence aos ídolos.
A Páscoa Comercial
O segundo prisma pelo qual devemos olhar a páscoa é pelo viés do consumismo.
Os homens dos dias atuais, muito mais do que em outras épocas passadas, vivem de tal maneira automatizados, que são insensíveis a tudo que acontece em sua volta. Não perguntam o por quê das coisas, apenas aceitam as tradições como se fossem verdades, não sabendo as origens nem o que elas representam. Tais homens são, na verdade, robotizados e controlados pelo Cosmo, pelo príncipe da potestade do ar, pelo espírito que atua nos filhos da desobediência (Ef 2:2). Satanás, o príncipe deste século, estabelece o curso deste mundo, isto é, dita o modo como os homens devem viver, e esses, simplesmente, seguem, como gado marcado, não conseguindo, sequer, distinguir a mão direita da esquerda.
Com o fim do feudalismo, uma nova era começou: a era do capitalismo, da industria, do consumismo. Nesta era, os homens são programados para viverem em função do dinheiro, não somente para a satisfação de suas necessidades, mas para o status do ter, do possuir. Como bactérias oportunistas, surgem, então, do outro lado, as grandes multinacionais, industrias dos mais variados gêneros, oferecendo ao homem o que ele precisa e o que não precisa. Assim, vivemos hoje uma grande maratona, uma corrida pela posse das coisas.
Essa é antes de tudo uma questão espiritual. Não podemos nos esquecer do que disse o apóstolo Paulo aos Efésios: “porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, CONTRA OS DOMINADORES DESTE MUNDO tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (6:12). Essa é a razão, o porquê, há um gozo no possuir as coisas, não tanto pela sua utilidade, mas pelo prazer de poder dizer: eu possuo.
A prova disso, não é teórica, mas empírica, pois em um mundo onde milhares de pessoas passam fome, conseguimos, mesmo tendo consciência disso, trabalhar, ganhar muito dinheiro, colocar a família em risco, em troca do supérfluo, daquilo que não constitui necessidades vitais. Enquanto uns possuem o que não precisam, outros sofrem a falta daquilo que é necessário à sobrevivência humana.
É a corrida do capitalismo. Uns ganham medalhas de ouro; outros de prata; e ainda outros, de bronze. Todavia, há os que nada ganham. Há os que, nem ao menos, lhes são dada a oportunidade de correr, de competir, de lutar. Enquanto isso, nas chamadas festas cristãs, (natal, páscoa, etc), o que o mundo está fazendo? Consumindo. Engordando. Esbanjando. Desperdiçando.
Ora, o que representa a páscoa para os milhares de pessoas que a comemoram? Quem ao comprar ovos de chocolate lembra-se da Bíblia, da redenção de Cristo na cruz do Calvário? Quem são os propagadores da Páscoa? São os evangelistas? São os apóstolos? São os pastores e mestres? Não, é certo que não.
São as industrias os principais propagadores da páscoa. E por que? Porque é uma data comercial, consumista, sem nenhuma relação ou lembrança com o espiritual. Constitui em mera festa secular, período do ano, no qual, as pessoas estão voltadas para si mesmas, buscando a satisfação dos desejos carnais, encontrados em produtos estimulantes (chocolate). Enfim.
É certo que muitos dirão que não é bem assim, e que há o aspecto espiritual envolvido nesse particular. Todavia, nada sabem o que, de fato, diz a Escritura Sagrada a esse respeito; pois se soubessem, não associariam o que há de mais belo na história do universo (a verdadeira páscoa), a algo tão banal como ovos de chocolate trazidos por coelhos de orelhas grandes, de olhos vermelhos e de pêlos branquinhos.
A Páscoa Bíblica
A Páscoa Bíblica tem as suas raízes ligadas à história do povo de Israel, registrada em Êxodo 12.
Por aquele tempo, a nação israelita mantinha-se cativa sob o jugo do Egito. Por 430 anos estiveram os filhos de Israel sob a mão opressora de Faraó, até o dia em que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó tendo visto a aflição de Seu povo e ouvido o seu clamor, DESCEU, a fim de fazê-lo SUBIR, a uma terra que mana leite e mel (Ex 3:7).
Deus visitou o Egito, a fim de resgatar para Si o Seu povo. Por intermédio de Moisés, o Senhor operou inúmeros sinais como demonstração de Seu poder sobre todos os deuses do Egito. Assim, depois de derramar nove pragas sobre a terra de Faraó, disse o Senhor a Moisés:
“Este mês vos será o principal dos meses; será o primeiro mês do ano. Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família. Mas, se a família for pequena para um cordeiro, então, convidará ele o seu vizinho mais próximo, conforme o número das almas; conforme o que cada um puder comer, por aí calculareis quantos bastem para o cordeiro... e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o imolará no crepúsculo da tarde. Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem... Desta maneira o comereis: lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão; comê-lo-eis à pressa; é a Páscoa do SENHOR. Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o SENHOR. O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, PASSAREI por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito”(Ex 12:2-4, 6-7, 11-13).
Esta era a décima praga: a morte de todos os primogênitos. O próprio Deus visitaria o Egito naquela noite de juízo. Nenhum primogênito escaparia da morte, nem mesmo os primogênitos dos animais. Todavia, o Senhor Deus tinha uma palavra de salvação para o Seu povo: “O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quanto eu vir o sangue, PASSAREI por vós, e não haverá praga destruidora...”.
Os hebreus deveriam imolar um cordeiro, um cordeiro para cada casa. Depois, uma vez imolado o animal, deveriam passar o sangue do mesmo nos umbrais das portas. E, dentro de casa, com as portas trancadas, deveriam comer o sacrifício, com os lombos cingidos, sandália nos pés e cajado na mão. Era a Páscoa do Senhor (Ex 12:11).
Enquanto isso, do lado de fora, o Eterno passeava por entre as casas do Egito. Nas casas onde NÃO HAVIA O SINAL (sangue), o Senhor entrava e feria de morte o primogênito. Nada que pudessem fazer de bom poderiam livrá-los do juízo. Nas casas, entretanto, em que HAVIA O SINAL, estampado como um estandarte, a cor vermelha do sangue do cordeiro de Deus, nessas, o Senhor não entrava; antes, pelo contrário, PASSAVA POR CIMA, e seguia adiante. Esse é o verdadeiro sentido da Páscoa do Senhor. O termo “Páscoa” significa literalmente “passar por cima”. Isto é, quando o Senhor visse o sangue como sinal na porta da casa, PASSARIA POR sobre ela, e não feriria de morte o primogênito.
Assim, o termo páscoa possui duas denotações: quando se refere ao cordeiro, fala-nos de Cristo, o qual, como o Cordeiro de Deus (Jo 1:29), foi imolado por nós, tornando-se assim, o nosso cordeiro pascal (I Co 5:7). Referindo-se a nós, por outro lado, diz respeito ao nosso livramento da morte eterna, mediante o sacrifício pascal de Cristo a nosso favor, a nós os que temos o sangue de Cristo por insígnia, sinalizando sobre as nossas cabeças, nós os que cremos no Seu Nome.
De sorte que, de um modo ou de outro, o que prevalece nesse sentido, é a presença da morte e do sangue do Cordeiro, os quais são, para o Pai, o preço pago pela nossa redenção. Todos, pois, que têm o Cristo crucificado por sinal redentor, têm a certeza de que não será tocado pelo juízo do lago de fogo, isto é, pela segunda morte (Ap 20: 14).
Percebe-se agora com qual intuito satanás procura distanciar as pessoas do verdadeiro sentido da páscoa. O inimigo de Deus retirou a verdade sobre o Cordeiro santo de Deus, e introduziu o mito do coelho da páscoa. E por que fez isso? Seria, porventura, mera coincidência o fato de o coelho ser símbolo da propagação rápida da natureza pecaminosa no mundo, em contraste ao Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1:29)?
Observe em que consiste os contrates: o coelho é símbolo da natureza do pecado, visto ser um dos alistados no rol de animais imundos em Levítico 11; o cordeiro é símbolo da pureza e da santidade, visto ser por Deus escolhido para representar o Seu Filho Jesus, o ENTE SANTO gerado no ventre de Maria (Lc 1:35). O coelho é símbolo de PROPAGAÇÃO da natureza pecaminosa, ao passo que o cordeiro é símbolo do sacrifício que TIRA o pecado do mundo.
A páscoa, portanto, na qualidade de sombra e figura das coisas vindouras, encontra o seu cumprimento na morte de Cristo (I Co 5:7). Falar sobre páscoa é falar do sacrifício redentor de Cristo; é falar também da redenção que obtivemos mediante tão perfeito sacrifício.
Por que, então, a igreja romana – apóstata - vinculou a páscoa à ressurreição de Cristo, e não à Sua morte? Ora, vede. Visto que em nenhum lugar das Escrituras há o vínculo da páscoa com a ressurreição de Cristo, o interesse romano nesse sentido, é fazer associação ao paganismo, uma vez que a festa pagã da páscoa está relacionada à deusa da primavera e da fertilidade. Ambas dizem respeito ao renascimento e à vida. Assim, pois, ao falar da ressurreição, fala de renascimento e de vida, semelhantemente.
Ao contrário, todavia, a Bíblia Sagrada vincula a páscoa à morte, ao sacrifício, ao sangue, à exterminação. Pois no momento em que Deus visse o sangue estampado nos umbrais das portas, “entenderia” que ali já havia sido morto o primogênito. E de fato, esse era o significado. A Páscoa trata-se da morte substitutiva do Cordeiro em o nosso lugar, como está escrito: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).
Mas há algum problema nisso? Ou, que problema há em comemorarmos na páscoa a ressurreição de Cristo? Há muitos problemas. Primeiro porque quando Deus nos falou da obra de Cristo, através das festas de Israel, deu-nos a Páscoa como indicativo de Sua morte (Lv 23:4-8 cf. I Co 5:7) , e as Primícias como símbolo de Sua ressurreição (Lv 23:9-14 cf. I Co 15:20). Nessa seqüência, se colocarmos a Páscoa, a primeira festa, como ressurreição, onde estaria a morte? Primeiro tem existir a morte (Páscoa) para depois vir a ressurreição (Primícias). Em segundo lugar, precisamos nos recordar que, quando a igreja de Jesus casou-se com Roma, o método utilizado para introduzir os ídolos pagãos no seio da igreja, foi vestir as coisas pagãs (a adoração à deusa Ishtar) com uma roupagem cristã (Páscoa). Esse método visava enganar os cristãos, de modo a induzi-los à adoração de deuses falsos, em nome do Deus da Bíblia.
Este é o velho método da antiga serpente: enganar mediante o esconder o conteúdo de sua natureza perversa dentro de um invólucro inocente. Assim foi com satanás no Éden, que se aproximando de Eva, o fez oculto numa serpente (Gn 3:1). O mesmo acontece com os falsos profetas que se apresentam disfarçados de cordeiros, mas por dentro são lobos roubadores (Mt 7:15). Como aquela mulher que ESCONDEU o fermento em três medidas de fina flor de farinha (Mt 13:33). Como as imagens de escultura, cujos rostos transmitem um ar de humildade, mas por detrás se escondem demônios (I Co 10:19-20). Do mesmo modo o falso profeta, o qual tem dois chifres, parecendo cordeiro, mas ao falar, fala como Dragão (Ap 13:11). E o anticristo, o qual, ao se apresentar ao mundo, virá oculto numa roupagem de paz, mas ao se revelar, se mostrará como o iníquo, o homem da iniqüidade (Ap 6:1-2; I Ts 5:3; 2Ts 2:3-4; Ap 13:1-5). E o que dizer da Grande Babilônia, a qual é uma prostituta que traz oculto o vinho da sua prostituição em um cálice de ouro? (Ap 17:4).
Portanto, não nos deixemos enganar com a aparência de um “lindo” coelhinho branquinho, de olhos vermelhos, de pêlos branquinhos e de pulo bem leve. Pois, a esse respeito nos advertiu o apóstolo Paulo: “E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras” (2Co 11:14-15).
Não poucos, entre os cristãos do nosso tempo, vivem seduzidos pelo vinho da prostituição da grande meretriz (Ap 17:4). Mas ainda hoje, o Senhor estende sobre nós a sua misericórdia e nos convida, dizendo: “Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos” (Ap 18:4). É a doce voz do Espírito de Cristo que clama à Sua igreja. Você tem ouvidos para o ouvir?
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