sábado, 15 de outubro de 2011

Existem coisas que só o avivamento produz


Durante um semestre letivo, uma turma da Faculdade Teológica Batista de Brasília, caracterizada por grande variedade denominacional, trabalhou para definir "Avivamento Espiritual", tendo como recursos pesquisas, entrevistas e leituras. O resultado foi um decálogo tremendo. Como trabalho final de curso, os alunos redigiram seu texto pessoal, que ampliava cada conceito, numa síntese pessoal dos achados.

Este texto-síntese veio a ser adotado pela Igreja Presbiteriana do Planalto, como pastoral à igreja.

Ouso afirmar, com base nesse fantástico estudo que existem coisas que só o avivamento produz:

1. Uma forte ênfase no conhecimento, obediência e proclamação da Palavra de Deus

• O renascimento do amor pela Palavra, leitura devocional e estudo individual, familiar, em grupos e na igreja;
• O renascimento do amor pelo Senhor da Palavra em obediência;
• O renascimento da certeza sobre a Palavra a fé e a proclamação.

2. Uma forte ênfase na oração, como relacionamento íntimo e amoroso com Deus

• O renascimento do amor pelo Senhor leva à busca de sua intimidade, sua presença, seu conselho, sua vontade;
• A oração como fortalecimento da alma: o pulmão da alma;
• A oração como a invasão do invisível: exercício de fé;

3. Desabrochar dos dons espirituais, sem que isso provoque competições, comparações nem orgulho

• A busca explícita, coletiva e individual das habilitações, carismas e manifestações do Espírito de Deus, que nos equipa para sua obra;
• O desabrochar dos ministérios, consequências daqueles dons, quando oferecidos em humildade, obediência e anonimato;
• O desabrochar da felicidade de estar fazendo, por menor que seja o vaso, transbordar.

4. Eleição de Deus como centro de devoção

• Uma progressiva descentralização de si mesmo, para concentração em Deus
• Uma descentralização da igreja e das coisas da igreja, para o Deus da igreja;
• Uma centralização de Deus, nas decisões, nos negócios, no ministério, no cotidiano, no fervor, no comer, no andar: paixão por Deus.

5. Grande sensibilidade ética

• Uma capacidade de distinguir o certo do errado proveniente do amor, e não do estudo de ética (esse pode até vir), mas o ideal é que nasça do amor!
• Uma capacidade sobrenatural de responder a essa sensibilidade, com ações, reações e coragem;
• Uma capacidade de perceber injustiças acidentais, pessoais, estruturais e mesmo históricas e lutar por repará-las.

6. Transbordamento da comunhão e do compromisso comunitário com a Aliança e suas implicações

• Uma crescente disponibilidade para as necessidades dos irmãos
• Uma crescente busca dos irmãos, numa manifestação de dependência e humildade;
• Um crescente amadurecimento de compromissos tácitos, de motivação individual e anônima, que se materializam em presença, constância, fidelidade, fidedignidade, permanência, paciência, benignidade, bondade, altruísmo e serviço humilde.

7. Forte impulso evangelístico e amor pelas almas desvalidas (órfão, viúva e estrangeiro)

• Um desabrochar do fervor evangelístico, movido pelo amor, e não apenas por um "ide"; fervor esse que rompe fronteiras, que fala, que exorta, que sofre, que chama, que explicita, que abre a Bíblia (como já não temos mais coragem de fazer), que passa por bobo, mas que testemunha;
• A redescoberta de meios e estratégias adequadas para o evangelismo institucional, coletivo, eclesiástico, contextualizado, que dá complemento ao trabalho individual (cultos ao ar-livre, acampamentos, seminários, palestras, cruzadas, etc.)

8. Crescente impulso à adoração e fervor

• Uma nova alegria, um novo cântico, uma nova adoração, um novo compromisso, um novo espírito, uma nova exultação, uma nova sensibilidade para o mover do Espírito de Deus;
• Uma inusitada e crescente vontade de adorar, cantar, louvar (reconhecer Deus nas coisas do dia) orar; de submeter às coisas, os fatos e acontecimentos do cotidiano a Deus, nas conversas, no compartilhar, na comunhão, no culto e fora dele. Evoluir de uma igreja de orações para uma igreja de oração. Uma nova exultação pelo reconhecimento dos feitos de Deus;
• Um novo fôlego de afeição e confiança em Deus, que leva à adoração, à ousadia espiritual, ao dispender de tempo na presença de Deus, à fé bíblica, aos dons, à misericórdia, ao perdão, à superação de limitações pessoais, relacionais; à superação do impossível, do impensável, do imponderável seja pela interveniência do milagre, seja pelo milagre da compreensão, discernimento, submissão e aceitação dos desígnios de Deus.

9. Forte ênfase na definição, ampliação e focalização da dimensão missionária

• O rápido amadurecimento da identidade da igreja e do crente, individualmente, quanto ao seu papel no meio em que está; o amor acha seu próximo, acha meios, acha caminhos;
• O reavivamento de seu fervor e compromisso em relação a missões, sejam transculturais, sejam urbanas;
• Uma crescente compreensão do caráter da encarnação como símbolo do amor sacrificial que vai buscar o perdido onde ele está, para trazê-lo para o Pai.

10. Manifestação do fruto do Espírito, com ardente fervor, num misto de ardor e humildade.

• Uma urgente "desestrelização" dos servos de Deus, desaparecimento da necessidade de aprovação para o exercício da piedade, da busca de aprovação institucional para o uso de dons e exercício de ministérios;
• A manifestação anônima, humilde e construtiva de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio;
• Uma crescente capacidade de aceitar a provação, a dor e o sofrimento, com humildade e resignação, como quem confia que não cai um fio de cabelo da cabeça sem que Deus consinta. E mais: a capacidade de exultar nas tribulações, sabendo que ela produz perseverança, onde há o Espírito de Deus; e a perseverança experiência; e a experiência, esperança.
Que Deus envie um VERDADEIRO avivamento ao Brasil!!!
Até mais...
Alan Brizotti

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