segunda-feira, 26 de novembro de 2012


Virgindade subversiva

Sarah Hinlicky, 12 anos após
 escrever esse artigo, casada.

Tá, eu admito. Eu tenho 22 anos e ainda sou virgem. Não por falta de oportunidade, minha vaidade se apressa para acrescentar. Se eu tivesse me sentido muito sobrecarregada por minha inocência antiquada, eu poderia ter encontrado alguém para resolver o problema. Mas nunca o fiz.
Nossa cultura me diz que alguma força opressiva deveria ser a causa da minha virgindade tardia – talvez um excessivo temor de homens, de Deus ou de ser pega no flagra. Talvez seja isso mesmo, já que eu posso apontar um número de influências que me levaram a permanecer virgem. Minha mãe me ensinou que auto-respeito exige autocontrole, e o meu pai me ensinou a exigir o mesmo dos homens. Eu sou bastante caipira para suspeitar que contraceptivos talvez não bastem para prevenir uma gravidez indesejada ou uma DST, e eu acho que aborto é matar um bebê. Eu realmente acredito na doutrina cristã da lei e da promessa, que significa que os dez mandamentos ainda estão entranhados na minha consciência. E ainda sou ingênua o suficiente para acreditar em um permanente, exclusivo e divinamente ordenado amor entre um homem e uma mulher, um amor tão valoroso que me motiva a manter as minhas pernas firmemente cruzadas nas mais tentadoras situações.
Definindo a sexualidade
Apesar de tudo isso, eu ainda acho que tenho um quê de feminista, já que a virgindade tem o resultado de criar respeito e de defender o valor da mulher assim disposta. Mas descobri que o reinado do feminismo de hoje vê pouco uso nisso. Houve um tempo quando eu era boba o bastante para procurar na literatura entre as publicações para mulheres que poderiam oferecer suporte nessa minha decisão pessoal. (Tudo é uma questão de escolha, afinal de contas, não é?) A escassez de informação sobre virgindade pode levar alguém a acreditar que o assunto é um tabu. Entretanto, eu fui bastante feliz ao descobrir um pequeno artigo sobre o assunto que referenciava o volume do feminismo, Our Bodies, Ourselves (Nossos Corpos, Nós mesmos – tradução livre).

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